quinta-feira, 15 de julho de 2010

Tame Impala - Innerspeaker (2010)

"Tame Impala é bom, amigos" desse jeito, simples assim, 5 palavrinhas postadas pelo amigo Túlio do La Cumbuca em seu twitter hoje cedo mexeram comigo e coçaram meu juízo durante todo o dia de hoje. Pois bem, eis que tirei um tempinho pra ouvir este álbum que chegou quebrando tudo, "cabou-se", parei...E de repente eu estava ouvindo o melhor álbum de 2010 até agora. Meu caro Túlio, obrigado.

Resenha do site rraurl:

"O Tame Impala é uma banda de jovens roqueiros de espírito livre. É, ao mesmo tempo, vintage e irresistivelmente arrojada. Innerspeaker, seu álbum de estréia, segue a vertente mais tradicional do rock psicodélico.

O trio australiano aponta para os mesmos caminhos trilhados por bandas como Animal Collective, mas não são tão aventureiros. O grupo trabalha com sonoridades mais orgânicas. Há ingredientes do rock de garagem da década de 60 e do rock progressivo dos anos 70, além de fragmentos do folk e do pop britânico do Kinks. Porém, não fica uma sensação de que a abordagem é meramente revisionista, pois a vibração da banda torna as músicas muito vivas.

Um brilho solar cobre a instrumentação das canções. Vale mencionar também, que os elementos parecem num mesmo plano. Os ruidosos riffs de guitarra lo-fi fundem-se ao imediatismo da bateria, e ambos são sedimentados pelas linhas de baixo, resultando em uma sensação de uniformidade.

O vocalista Kevin Parker apresenta semelhança com John Lennon, tanto no timbre, quanto na forma de cantar. Os vocais ecoam e criam harmonias transcendentais. As letras das canções são curtas e abordam temas como ego, existência e percepção. A arte da capa de Innerspeaker sintetiza a proposta da banda: um campo coberto, com cores vivas, desaparecendo no horizonte. A imagem permite que o observador tenha uma visão abrangente. O título do álbum está escrito de forma discreta. A relação do ouvinte com a música também é assim - ampla, intensa, com letras discretas.

Esse primeiro disco do Tame Impala é fascinante, um convite para uma densa viagem psicodélica através de onze ruidosas faixas entorpecidas. Embora as canções induzam ao transe, o álbum é consistente e cheio de energia; somos guiados para frente pelos seus grooves.

Mesmo não sendo um disco inovador, ele requer um nível de atenção, pois você pode se perder em sua extensão inebriante. Cada música tem sua peculiaridade. Algumas abusam do pop, outras são épicas, mas todas estão imersas em nostalgia e psicodelia. É um trabalho coeso, no qual a banda transmite a sensação de que tudo está sob controle.
A abertura, "It Is Not Meant To Be", é vespertina e calorosa. Fantásticos refrões são distribuídos em diversas músicas, como em "Desire Be Desire Go", na forte "Alter Ego", e no primeiro single, "Solitude is Bliss".

A faixa 4, "Lucidity", segue alternando vocais e solos de guitarra, e "Why Won't You Make Up Your Mind?" é caleidoscópica. "Jeremy's Storm" é instrumental e, dessa forma, aberta a interpretações.

Apesar da clareza vocal, "Expectations" soa confusa e inconsistente, diferentemente de "Runway, Houses, City, Clouds", que muda com coerência da esquizofrenia para a melodia doce. O álbum é encerrado com versos etéreos mesclados a arrebatadores riffs de guitarra, em "Bold Arrow of Time" e "I don't really mind".

"Innerspeaker" é uma excitante proposta para qualquer idade. Trata-se de um álbum que atualiza texturas familiares e insere alma, sem exageros. É difícil encontrar falhas. Pode ser que este disco seja apenas outro ótimo lançamento de 2010. Pode ser que o Tame Impala seja apenas mais uma banda muito boa. Mas este é um álbum maravilhoso.
"

Fonte: rraurl.com (Vivian Reis)


Tracklist:

1. It Is Not Meant To Be
2. Desire Be Desire Go
3. Alter Ego
4. Lucidity
5. Why Won't You Make Up Your Mind?
6. Solitude Is Bliss
7. Island Walking (iTunes bonus track)
8. Jeremy's Storm
9. Expectation
10. The Bold Arrow Of Time
11. Runway, Houses, City, Clouds
12. I Don't Really Mind


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